Se você já ouviu uma música que te trouxe uma sensação agradável e se perguntou “como os músicos conseguem criar harmonias tão bonitas?”, a resposta está nos acordes. Neste texto, vamos explorar o que são acordes, como funcionam e como você pode começar a usá-los na sua música ou aprender mais sobre sobre o assunto.
Um acorde é um conjunto de notas tocadas simultaneamente. Normalmente, um acorde consiste em pelo menos duas ou três notas diferentes, que juntas (tocadas ao mesmo tempo) criam uma sonoridade harmoniosa. A combinação dessas notas forma a base de todas as músicas que ouvimos. Os acordes são fundamentais na composição musical, pois criam a harmonia, que suporta a melodia (quando as notas são tocadas em sequencia uma após a outra, por exemplo, um solo). Eles ajudam a definir o caráter emocional de uma música: se é alegre, triste, tensa ou relaxante.
Entender o que é um acorde e como ele é formado é essencial para qualquer músico. Com essa base, você pode começar a explorar a construção de músicas e a harmonia que traz emoção às suas composições. Experimentar diferentes acordes e suas combinações pode abrir um mundo de possibilidades criativas. Para entender como montar acordes, precisamos conhecer a escala musical, a qual já foi mencionada no tópico anterior, onde falamos das notas musicais, se for o caso faça uma revisão, mas vamos explicar a escala a seguir:
A escala mais comum é a escala maior. Vamos usar a escala de Dó maior como exemplo. As notas da escala de Dó maior são:
Na escala maior, natural ou também chamada diatônica, os intervalos entre as notas seguem essa ordem. Como sabemos, a sequencia de notas no braço do instrumento também inclui os sustenidos, portanto, a sequencia completa, de traste em traste ou de casa em casa seria:
No entanto, para formar um acorde devemos fazer isso a partir da escala na qual se inicia a primeira nota de um acorde, no exemplo acima o acorde Dó (maior). Desse forma teremos os seguintes intervalos, de acordo com a escala:
Dó (C) → Ré (D) → Tom
Ré (D) → Mi (E) → Tom
Mi (E) → Fá (F) → Semitom
Fá (F) → Sol (G) → Tom
Sol (G) → Lá (A) → Tom
Lá (A) → Si (B) → Tom
Si (B) → Dó (C) → Semitom
Para reforçar: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom.
Os acordes são formados a partir das notas da escala, como visto acima. Vamos ver como montar o acorde Ré (maior) agora para reforçar o aprendizado.
Para formar um acorde maior, usamos a 1ª, 3ª e 5ª notas da escala.
Acorde de Dó maior (C):
1ª nota: Dó (C)
3ª nota: Mi (E)
5ª nota: Sol (G)
Portanto, o acorde de Dó maior é formado pelas notas: Dó, Mi e Sol.
No caso do acorde Ré, ou qualquer outro acorde, devemos aplicar a mesma sequencia de intervalos (tons e semitons) a partir da nota que queremos formar o acorde:
Para entender como os intervalos “tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom” são aplicados na formação da escala maior, vamos usar a escala de Ré maior como exemplo.
Início na Tônica: Começamos na nota Ré (D).
Intervalo de Tom:
De D para E (1 tom).
Intervalo de Tom:
De E para F# (1 tom).
Intervalo de Semitom:
De F# para G (1 semitom).
Intervalo de Tom:
De G para A (1 tom).
Intervalo de Tom:
De A para B (1 tom).
Intervalo de Tom:
De B para C# (1 tom).
Intervalo de Semitom:
De C# para D (1 semitom, completando a oitava).
Ré (D)
Mi (E)
Fá sustenido (F#)
Sol (G)
Lá (A)
Si (B)
Dó sustenido (C#)
Tons: 5 (D-E, E-F#, G-A, A-B, B-C#)
Semitons: 2 (F#-G e C#-D)
Esse padrão de intervalos (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom) é o que define todas as escalas maiores. Ao aplicá-lo, você pode construir a escala maior começando de qualquer nota.
Para entender a formação do acorde menor, vamos usar novamente a tônica Ré (D) como exemplo. A principal diferença entre um acorde maior e um acorde menor está na terça.
Acorde Maior: Já sabemos que o acorde de Ré maior é formado pelas notas:
Tônica: Ré (D)
Terça Maior: Mi (E)
Quinta: Fá sustenido (F#)
Diminuindo a Terça:
Para transformar o acorde maior em menor, precisamos diminuir a terça. Em vez de usar a terça maior (Mi), usamos a terça menor.
A terça menor é um semitom abaixo da terça maior. Portanto, de Mi (E), vamos descer um semitom para:
Terça Menor: Ré (D) para Ré# (D#) é a terça maior; então, um semitom abaixo é Mi bemol (Eb).
Notas do Acorde Menor:
Tônica: Ré (D)
Terça Menor: Mi bemol (Eb)
Quinta: Fá (F)
Assim, o acorde de Ré menor (Dm) é formado pelas notas:
Ré (D)
Mi bemol (Eb)
Fá (F)
Para transformar um acorde maior em menor, você só precisa diminuir a terça maior em um semitom. Isso resulta em uma sonoridade mais sombria e melancólica, característica dos acordes menores. Então, para qualquer acorde, basta ajustar a terça para obter seu equivalente menor.
Você chegou até aqui e compreendeu como formar acordes maiores e menores — um passo fundamental na sua jornada musical! Saber construir esses acordes não apenas enriquece seu conhecimento teórico, mas também abre portas para expressar emoções e criar melodias que ressoam com os ouvintes.
Os acordes são a base da harmonia e, ao dominá-los, você se torna capaz de explorar uma infinidade de estilos e gêneros. Continue praticando e explorando, e lembre-se de que cada nota que você toca é uma nova oportunidade de se conectar com a música e com as pessoas ao seu redor.
Siga em frente, e que sua paixão pela música só cresça!
Em postagens futuras, vou explorar a interação entre os acordes, como compreender suas relações, onde podem ser utilizados e quais combinações geram os efeitos desejados nas suas composições.
Prepare-se para mergulhar nas harmonias e descobrir como os acordes se conectam e se complementam, ampliando ainda mais seu repertório musical! Fique ligado, pois a jornada está apenas começando!