O que é ritmo na música
Na música o ritmo corresponde ao padrão de duração de determinada sonoridade ou até mesmo da ausência de sonoridades, ou seja o silêncio. Na teoria musical, o ritmo refere-se à recorrência de notas e pausas (silêncios) no tempo.
Quando uma série de notas e pausas se repete, forma um padrão rítmico. Além de indicar quando as notas são tocadas, o ritmo musical também estipula por quanto tempo elas são tocadas e com que intensidade. Isso cria diferentes durações de notas e diferentes tipos de acentuações (ênfase).
O ritmo funciona como o arcabouço de uma peça musical, ou seja é a estrutura da composição.
A maioria das composições musicais estão embasadas em uma estrutura rítmica responsável por fornecer a estrutura da música. Bateria, percussão, baixo, guitarra, piano e sintetizador, por exemplo, podem ser considerados instrumentos rítmicos, dependendo do contexto. No entanto, todos os membros de um grupo musical são responsáveis por suas próprias apresentações rítmicas e executam as batidas musicais e os padrões rítmicos, sejam os desenvolvidos individualmente por cada músico ou os indicados pelo compositor da peça.
O ritmo é um elemento muitíssimo importante para qualquer músico, no entanto, a grande maioria acaba deixando esse aspecto dos estudos de lado por achar que o ritmo é algo inato ao ser humano: “Quem nasce com ritmo não precisa praticar ritmo, essa é uma tarefa só para quem tem dificuldade nesse sentido”. Bem, essa ideia está completamente errada, pois o ritmo de uma pessoa pode sim ser aprimorado já que depende diretamente da coordenação motora e, portanto, depende de refinamento, como todo o resto.
Todos os músicos precisam estudar e praticar o ritmo, assim como precisam praticar qualquer outra técnica, pois o ritmo também pode ser aprimorado e desenvolvido.
A primeira dica para quem quer se desenvolver na área rítmica é tocar sempre com um metrônomo ao lado. Usar o metrônomo no treinamento técnico é como ter um general militar ao seu lado dizendo: “Não perca o ritmo!” Isso faz com que o músico desenvolva não só a precisão, mas também a acentuação, fator muito importante para qualquer instrumentista.
Ótimo, mas antes de continuar nesse tema, precisamos entender o que são os compassos:
Compasso musical é uma divisão da música em intervalos de tempo iguais, com o objetivo de organizar a estrutura. Esse intervalo de tempo é representado por barras verticais, como no exemplo abaixo:
Um compasso nada mais é do que um ciclo de intervalo de tempo que, em geral, se repete várias vezes no decorrer de uma música e onde é possível alocar determinada quantidade de notas. Há várias maneiras de estruturar um compasso, no entanto, o compasso mais utilizado na música popular ocidental, em geral é composto por 4 tempos, que significa nele cabem quatro batidas.
Quando batemos palmas, estalamos os dedos ou batemos o pé acompanhando uma música, estamos instintivamente marcando o tempo dela.
Dessa forma, para classificação de um compasso, temos de levar em conta o número de tempos que compõem o compasso. Eles podem ser definidos como: binário, caso o compasso tiver dois tempos; ternário, caso tiver três tempos; quaternário, caso tiver quatro tempos ou irregular, complexo ou alternado (o nome varia conforme as fontes), caso não seja diferente destes apresentados.
Convém mencionar que a quantidade de notas que cabem em um compasso quaternário, por exemplo, irá depender da duração que cada nota, som ou silêncio no transcorrer das quatro batidas.
Para sabermos quantas notas cabem em cada compasso então é necessário conhecermos os valores padrão de duração de cada nota segundo a notação musical, assim poderemos encaixar a quantidade correta de notas dentro da métrica musical do compasso, respeitando assim a lógica e a matemática musical.
Apesar aparentemente complicado e fora de propósito a abordagem dessa notação nesse momento, saliento que a importância de adequar a quantidade correta de notas dentro do compasso é de essencial importância no estudo da música, e, tenho certeza, favorecerá e em muito sua evolução musical e principalmente o seu raciocínio em termos de composição musical.
Vejamos então qual valor de cada nota musical com base em seu tempo de duração.
Figuras Ritmicas
Em linguagem musical essas figuras indicam então a duração que cada nota musical ou pausa. Num compasso quaternário, representado pela fração 4/4, por exemplo, caberá apenas uma semibreve por compasso, ou 2 mínimas, ou 4 semínimas e assim por diante, respectivamente.
Como já mencionamos, o compasso 4/4 é o mais comum de ser usado na música. Nesta batida, você pode fazer uma contagem, no ritmo da música, de 1 a 4, reiniciando a contagem novamente, sem nenhum descompasso com a melodia.
Se você quiser, por exemplo, criar um fraseado no seu instrumento, deverá respeitar essa estrutura. Se você alocar oito notas com mesma duração dentro de um compasso quaternário, essas notas terão a duração da colcheia, contudo, é possível inserir, por exemplo, 2 mínimas e quatro semínimas, ou ainda, 4 colcheias e 1 semínima, e assim por diante, entretanto, nesse caso, as notas não terão a mesma duração.
Nas imagens acima podemos perceber que estrutura de uma composição musical depende das figuras rítmicas para dar sustentação tanto a harmonia quanto a melodia. Sabemos que a música e formada por três elementos básicos, a saber: melodia, harmonia e ritmo.
A combinação destes elementos é a base de qualquer composição. Há outros como: timbre, altura, tempo, altura, textura, forma, etc. Os quais pretendo abordar em outro tópico, no entanto se você quer iniciar o estudo musical deve começar pelos três primeiros. Toda composição musical é composta por estes elementos, os quais podem ser alterados em fragmentos menores a fim de se conseguir compreender a estrutura maior da composição.
Vimos também que o estudo do ritmo é de fundamental importância para o estudante, pois ele é o principal fundamento da música, é seu elemento mais primitivo.
Vimos ainda que o ritmo é caracterizado pela repetição de um padrão de alternância entre movimentos fortes e fracos. O batimento do coração segue em padrão rítmico assim como as ondas do mar e diversas dinâmicas presentes em nosso dia a dia. O número de batidas fortes e fracas e a duração de cada uma delas em um período de tempo é diferente em cada estilo musical.
Como se vê, o ritmo é ainda o responsável pela divisão entre estilos musicais. Por exemplo, como você identifica e diferencia um reggae de um samba? Através do padrão rítmico de cada música, não é verdade? Temos muitos estilos musicais. Entre eles: Pop, Rock, Hip hop, Bossa nova, MPB, Reggae, Clássico, Romântico, Sertanejo, Folk, Samba, Pagode, Gospel, etc.
Em cada um desses estilos musicais, utiliza-se uma forma de tocar diferente. Por exemplo, o sertanejo tem uma levada mais rápida do que um reggae. Uma música MPB exige que você troque de notas muito mais rápido do que um rock e assim por diante. Cada estilo possui uma peculiaridade rítmica que induz o músico a tocar de uma forma completamente diferente. O ritmo nos impulsiona a mudar a maneira de tocar de forma que se adeque ao compasso exigido.
No decurso de seu aprendizado musical você verá que compreender as figuras rítmicas não é nenhum bicho de sete cabeças.
Se pudermos falar de uma maneira mais simplificada, essas figuras rítmicas ora mencionadas nada mais são do que quantidades ou unidades que devem ser alocadas num determinado espaço (compasso) ou seja, são como itens em uma prateleira, onde cada qual ocupa o seu espaço. O compasso deve ser preenchido de forma apropriada em termos matemáticos para que a música mantenha certa regularidade, uma de suas características essenciais.
Os seus estudos também devem, sempre que possível, serem realizados tendo como base um ritmo para que você consiga desenvolver suas habilidades de coordenação de forma apropriada, de acordo com um padrão de andamento. Imagine uma pessoa tocando um acorde depois do outro, sem nenhuma marcação rítmica, irá soar bastante estranho e até mesmo ridículo, e certamente tal contexto não demonstra nenhuma regularidade, portanto, não pode ser chamado de música.
Importância do compasso para o estudo musical
Como vimos o compasso, por assim dizer, é um espaço que devemos preencher com as notas musicais e os acordes, de forma organizada, por isso é importante saber a quantidade correta de notas que determinado compasso comporta, é como um armário para nossa organização, certas coisas cabem dentro dele, outras não, dessa forma, conhecer o compasso é fundamental para que a música fique coerente, para que possamos ir do começo ao fim dela nos localizando nesses espaços. Na partitura podemos observar essas marcações e assim nos guiar pelos tempos do compasso.
Recapitulando, nos compassos 4/4 (ou simples), de longe o mais utilizado na música ocidental, existem quatro batidas para cada compasso. O número quatro na parte superior das fórmulas de compasso se refere a essas quatro batidas. O número quatro na parte inferior significa que cada uma das quatro batidas é contada em semínimas. Então, num compasso quaternário podemos alocar 4 notas semínimas ou ainda 8 colcheias e 16 semicolcheias. Essa matemática é necessária a fim de que haja regularidade e proporção na estrutura musical organizada.
Sempre que você for estudar uma música, fique atento ao compasso para que seja possível imprimir o ritmo adequado e a substituição dos acordes e notas no tempo correto. Com dedicação você irá ganhando coordenação e sincronia, e aos poucos tudo vai ficando mais natural.